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quinta-feira, 29 de junho de 2017

Entrevista do Autor Marcello Silva ao 4º FLAL (Festival de Literatura e Artes Literária)

1 - Luana Karoliny - Você sente mais emoção ao escrever qual gênero?

Marcello Silva – Gosto de todos. A Poesia é o que mais causa emoção. O Conto e a Crônica também me causa arrepios na alma..rs 

2 - Fer Lima - Você escreve para vender ou para satisfazer seus desejos de autor?

Marcello – A princípio, para revelar o belo, transmitir ideias, opiniões e emoções. Escrevo para eternizar instantes. Com o tempo aprendemos a identificar os anseios do público leitor e passamos a produzir para vender também.

3 - FLAL Festival de Literatura e Artes Literárias - Para você, por que é tão difícil publicar e divulgar seu trabalho? O que deve ser feito para mudar a maneira de agir das editoras com os escritores?

Marcello – No Brasil é muito complicado, desde o pouco interesse do brasileiro por livros até a forma mercantil que as editoras atuam. Enfim é bem complexo. As editoras teriam que ver o escritor com mais atenção. O escritor é muito mais que uma simples mercadoria.

4 - Vivy Keury - Como consegue compartilhar o tempo escasso que tem no dia-a-dia, entre as tarefas pessoais e a escrita?

Marcello – É bem complicado. Trabalho em horário comercial em um escritório de contabilidade e tenho ainda a faculdade. Escrever virou um válvula de escape(rsrs) sempre dou um jeito de escrever algo entre as horas...

5 - Armando Muniz Filho - As editoras prezam o nível cultural para melhoria do intelecto ou apenas uma forma de comercio? 

Marcello – Muitas delas estão visando só o lucro e estão esquecendo o “nível cultural”. Mas há exceção, felizmente.

6 - Natali Felix - Como você organiza seu processo criativo: decide o que vai ser escrito e por onde começar e quais serão as fases?

Marcello – Quando surge uma idéia de um texto, eu escrevo logo a idéia geral. Depois vou acrescentando conteúdo. Reescrevo. Reescrevo. 

7 - FLAL Festival de Literatura e Artes Literárias - Quais suas metas daqui para frente? Alguma outra história em andamento?

Marcello – Depois que publiquei meu livro O Pescador (Poesia) estou trabalhando em meu primeiro livro de Contos com enfoque regional. Pretendo publicar em breve este livro sobre contos.

8 - Paula Lessa - O que uma crítica significa para o seu trabalho?

Marcello – Tudo. Se construtiva, eu analiso até certo ponto. Se negativa, extraio o lado bom e ignoro o restante. É de suma importância ouvir o leitor e identificar nossos erros e aprimorar nossa arte.

9 - Armando Muniz Filho - Sua poesia (literatura) aborda temas nacionais, culturais, raciais, e grita pela desigualdade, ou apenas segue passivo sem se intrometer nestes assuntos?

Marcello – Aborda diversos temas. Apesar do enfoque regional. Minha literatura é, também, uma crítica social, cultural etc. Escrevo para expor minhas idéias, opiniões e emoções transcritas em metáforas...

10 - Luana Karoliny - Pesquisas afirmam que uma grande parte dos brasileiros leem 4 livros por ano, o que um escritor pensa sobre isso?

Marcello – Muito pouco. Precisamos contribuir para aumento nesta estatística. Precisamos incentivar nossos familiares e amigos a lerem. E, através da nossa arte literária, incentivar o MUNDO.


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quarta-feira, 21 de junho de 2017

Crônica | Primeiro Porre de Amor.


O primeiro amor é tão tentador quanto o primeiro gole de álcool, bem como, pode ser arriscado e doloroso. Crescemos e ficamos suscetíveis cada vez mais a este mal traquino.

O primeiro amor é gole desavisado. Enchemos a cara de um amor eterno e único. Que porre! Em seguidas doses secamos a garrafa de rum. Que leveza! O coração, taquicárdico, flutua. Ligamos o wifi e enchemos nossas redes sociais de declarações e vômitos poéticos. Que porre!

Parece não existir mundo ou vida antes e depois daquele instante. É o agora infinito resumido naquele gole de amor. Beija-me com o beijo de tua boca porque é melhor teu amor do que o vinho 

Tantas adegas para serem conhecidas. Tantos sorrisos, abraços... Afagos. Quantas infinitudes iguais a estas se farão nessas mesas de am(b)ar? Quantos porres de amores ainda teremos?

Maldita ressaca, a primeira. Parece o fim do mundo a primeira desilusão de amor. Se for para doer tanto assim, nunca mais bebo disto. Que porre!

Doce engano de se enganar outras vezes. Mais uma vez, outras garrafas de amores. Desce mais uma. Anota aí, seu Zé. Hoje estou para essa ‘droga’ de amar.



1 Cânticos 1:2


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sexta-feira, 16 de junho de 2017

Crônica | Último Gole

Na praça do centro, monótono no fervilhar de pessoas que vem e vão a lugares diversos, um homem sentado no banco central, em estado avançado de embriaguez, destampa uma garrafa e toma mais um gole de um coquetel alcoólico. É março e o cheiro de álcool divide espaço com o cheiro de chuva.

O sujeito toma seu gole e acena para o vazio como se pedisse a alguém que viesse ao seu encontro. Poderia ser eu ali, sentado com toda insanidade da minha lucidez, afogado na loucura da sobriedade, acenando para meus monstros cotidianos e invisíveis.

Não. Não posso me aproximar do “sujeito homem” embriagado, tenho medo de me reconhecer nele. Sua dor pode ser a minha, seus medos podem ser os meus... Pode ser eu que esteja ali, vestido de desilusões e egos vazios, sedento por um gole de álcool que alivie meu cansaço de sóbrio.

Ele chora, bate no tórax como se quisesse arrancar algo do lado esquerdo do peito: sua dor, talvez. Mais um gole desce pela garganta ébria como uma espada afiada que aumenta o sangramento e a dor. Enquanto pessoas passam alheias àquele universo conflitante contido naquele banco central da praça, me compadeço daquela figura humana cuja face me lembra o reflexo do meu espelho. 

Ele se levanta, toma seu último gole e sai cambaleante a um destino desconhecido.  


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