Viver é urgência! www.marcellossilva.com.br

terça-feira, 7 de março de 2023

Aos loucos de Pedras e Palavras | Atevaldo Rodrigues


O escritor chavalense Atevaldo Rodrigues prepara seu quarto livro de poesia que será lançado ainda este ano de 2023. Já demos uma lida, confira o que achamos:

Livro: Sobre Palavras e Pedras

Autor: Atevaldo Rodrigues

2023 (a ser lançado)

Aos loucos de Pedras e Palavras

Em seu quarto trabalho literário o escritor Atevaldo Rodrigues se consolida como um dos grandes poetas da nossa geração. Suas metáforas são comos pedradas nostálgicas que leva o leitor a refletir sobre coisas cotidianas percebidas e versadas pelo poeta com uma sutileza típica do autor.

"...Perder, eu fui aprendendo, com o tempo. / Lembro-me que quando perdi meu avô

/ Passei vários dias esperando que ele voltasse. / Que tudo era uma brincadeira..."

"Sobre Palavras e Pedras" é mais do que um livro simplesmente, é um instante, é um lugar, é o mundo metafórico e/ou metafísico de um poeta-menino que apesar de "ganhar" o mundo sempre volta à sua casa simples, à sua gente e a sua infância adormecida em sua memória. É como ser a palava que sangra da tinta ou o silêncio que adormece entrelinhas. Como diz o poeta: "...Da eterna sina de ser um só. / Quero ser palavra..."

Atevaldo Rodrigues traz em sua nova obra a sutileza e, ao mesmo tempo, a profundidade poética: "Quando eu morrer não deixarei pegadas fáceis, / Deixarei meus versos, apenas..."

O que é poeta? O que é poesia? Senão isto que nos provoca, assanha, acalma... Que emociona. Atevaldo é poeta como Manoel de Barros que canta as não-coisas, o vento, o pássaro e a saudade que mora na gente. "Sobre Palavras e Pedras" é um mundo para as crianças, os doidos ou estranhos que sofrem de poesia. "...Aos poetas, assim como aos loucos e às crianças, / É permitido ser qualquer coisa assim como árvore, pássaro ou pedra… / E não se exige atestado de insanidade. / Descobrir-me poeta foi a minha libertação."

Sugiro que leias Atevaldo Rodrigues, imediatamente.

Seus outros livros de poesia: Como se o céu fosse perto; Onde termina o Infinito; O mundo que carrego em mim.

Acompanhe o autor nas redes sociais: @atevaldorodriguesof


domingo, 15 de janeiro de 2023

Pela "Serragem" de Padinha



Livro: Serragem
Autor: Antônio de Pádua Marques Silva
Produção independente (Fabio Diagramação e Editora)
120 páginas
Ano: 2022

O escritor Parnaibano, Pádua Marques, tem um jeito peculiar de escrever, pois sua prosa é intensa e bastante descritiva. O trabalho de Antônio Pádua Marques ou "Padinha" para os íntimos) é uma prosa rica de modo que o leitor adentra o universo descrito pelo autor de uma forma singular.

Os personagens descrito por Padinha ganham vida de tal forma que se confunde com pessoas comuns da rotina interiorana de uma cidade pequena, por exemplo. Em Serragem, cidade fictício da obra, poderia ser uma cidade tão próxima quanto Parnaíba, poderia ser Luís Correia, poderia ser Chaval, etc. porque tem um pouco de nós em cada personagem, em cada cenário criado pelo autor. Esses personagens ganham vidas e passam a ser um companheiros do leitor durante a apreciação da obra.

Segundo o autor ele disse que "Quando escrevi este livro eu tinha certeza que estava realizando um sonho antigo, o de mostrar com palavras o movimento de uma cidade nordestina, com seus tipos comuns ou incomuns..."


Para o prefaciador, poeta Cavalho Filho "...Em Serragem existe uma grande preocupação com os personagens, o que se expressa nas descrições físicas, na exposição de seus hábitos, vícios e virtudes."

Nezinho Doido: quantos Nezinhos Doidos não existem em nosso meio. Zé do Periquito, personagem irreverente. Cabo Domingos do Apito, parece tão nosso... Carlota Miranda, Demóstenes Tavares, Zé do Avião, Sansão da Rua do Tapete, Manequim de Zulmira, Anacleto Mascarenhas, Betinho da Travessa, Ditinha Meneses, parece a gente: eu, você ou alguém  conhecido,  e é isso que autor tem de mais relevante:  construir seus personagens de modo que eles possam ser confundido com seus próprios leitores. Padinha é um mestre da prova.


SILVA, Marcello. 2023.





domingo, 8 de janeiro de 2023

Pelos "Estirões" de Benedito de Lima



Título: Estirões Retos e Gancheados
Autor: Benedito de Lima e Silva Filho
Sieart - Produção independente
247 páginas
Ano: 2022.

A a obra 'Estirões Reto e Gancheados" de Benedito de Lima e Silva Filho foi uma das melhores leitura que tive nos últimos meses, pois a obra apresenta uma riqueza descritiva impressionante. O autor nos blinda com uma prosa recheada de informações, ora pode ser fictícia, ora pode ser real. O que tem de realidade na obra ficcional do autor? É um trabalho que foge a qualquer nomenclatura, se é um texto autobiográfico se é um romance convencional... O autor também brinca com a temporalidade do texto, ora ele é criança, ora é adulto, noutra é adolescente e esse "brincar" na cronologia temporal dá uma particularidade ao texto do autor.

Para o prefaciador, o escritor e poeta Valdir Ferreira Lima, "...a narrativa começa em muitos lugares, sendo interrompida, para continuar lá na frente, como se fossem afluentes, circuitos gancheados se juntando ao Parnaíba, o rio memorável que dá nome a cidade onde mora o autor"

Benedito de Lima nos leva a revisitar uma Parnaíba antiga, um Bairro São José com suas vielas e barros, com sua gente e personagens reais vou não. Na orelha da obra O autor se definiu

"Sou da Vala sou da Quarenta
Sou do São José 
Sou da Santa casa que mija em mim
Sou do porto de todas as barcas 
De amores sem fim 
Sou dos Tucuns 
Do cabarés da Brasília
Com casa simples e porcas
De mulheres feias e tristes
Que viviam bêbadas...
(...)"

De fato um trabalho diferente porque mistura realidade e ficção, autobiografia e romance, causo, história.... Por vez ficamos a questionar Será que é o Bené (carinhosamente chamado pelos conhecidos) ou é um personagem. E agora quem está falando? O certo é que a gente acaba embarcando nessa aventura atemporal de ir e vir nesses Estirões Retos e gancheados de Bené. 

SILVA, Marcello. 2023.








sábado, 7 de janeiro de 2023

Cálida Timidez de Flávia Valois



Título: Cálida Timidez: quando uma pessoa introvertida grita no papel.
Autora: Flávia Valois
Editora: Arcadia
182 página
Ano: 2022

Esta obra é deliciosa de se degustar, uma prosa, às vezes tão poética e outra tão descritiva e humanamente voraz. São crônicas? são contos? são poemas? o que importa agora se o principal objetivo se atinge quando o leitor se sente parte do texto, se identificando nas linhas.

O livro se divide em três partes (1° - das impressões; 2° - das expressões; 3° - das (in)certezas ) e traz temáticas universais, no entanto, adaptada ao jeito peculiar de escrever da autora (parece que ela coloca o coração na caneta) que transborda em linhas e entrelinhas

Para prefaciadora Célia Santos "...um eu questionador tece obra. Um eu que reflete a respeito de tudo que o cerca". Já para Sara Lima, leitora Beta, "Cálida timidez tem tanto de Flávia e de poesia que como leitora me perco onde um começa e a outra termina"


Cecília, Aurora, Laura, Nina, Beatriz, Maia, etc. algumas personagens femininas ganham vozes e grita no papel, seria a própria autora? no texto "Feéricos perdidos do século XXI" a autora escreve "cada conto, crônica, poema e romance possui um sentido único. Mesmo misturados ao que somos, como personalidade, gostos e sonhos, as letras acabam adquirindo uma marca e identidade bem própria"

Como poeta fiquei extasiado (admirado) com o texto "feéricos e incompreendidos" pois se trata de um poema certeiro que penetra a alma da gente, além da poética há algo de filosófico no texto "em nós, estão os arames farpados do cotidiano / como desviar?"

Por fim, são textos que merecem inúmeras revisitações e em cada um delas se revela uma cálida timidez que grita no papel: lágrimas, sangue e esperança.

SILVA, Marcello. 2023

O Cupido que foi Flechado | por Eriedna da Hora



Título: O Cupido Que Foi Flechado
Autora: Eriedna da Hora
Produção independente (Plataforma UICLAP)
Livro de bolso (12x17 cm) e 30 páginas
Ano 2022.

Uma leitura rápida enquanto degustamos uma xícara de café e o aroma da tarde, apesar de curta é uma história interessante, pois nos provoca e nos leva a reflexão, tirando do lugar comum, da 'coisa certinha' afinal a temática amor sempre nos leva além.

Assim o enredo da história nos traz Gabriel, um cupido tradicional em seu dever convencional de unir casais, mas algo inusitado acontece (o título denuncia) quando ele conhece Isabela e, a partir disto, tudo sai do script do cupido.

Intriga, paixão, dilema, etc, essa breve história nos proporciona e no final a autora permite que o leitor construa seu próprio fim e isto eu gostei demais, já inventei uns dez.

SILVA, Marcello